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Redesenhar o Trabalho sem Perder a Eficiência: É Possível?

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Marcela Peterson

Muitas organizações tentam redesenhar cargos para torná-los mais motivadores, mas acabam esbarrando em uma dúvida comum: será que mais autonomia e variedade não trarão também mais erros, mais treinamento e custos maiores? A boa notícia é que repensar os cargos com inteligência pode sim trazer ganhos de engajamento sem comprometer a eficiência.

Pesquisas mostram que ampliar um cargo — combinando tarefas que antes estavam fragmentadas — tende a aumentar a motivação, o senso de propriedade e até a qualidade do serviço prestado. Profissionais passam a enxergar o trabalho como um todo, em vez de apenas executar partes isoladas. Isso gera mais satisfação, menos tédio e maior probabilidade de identificar e corrigir erros. Ao mesmo tempo, surgem desafios: maior complexidade pode exigir mais tempo de treinamento, novas habilidades e uma compensação salarial mais alta.

O ponto-chave está no equilíbrio. Os dados sugerem que nem todos os custos potenciais de um cargo ampliado se concretizam. Em alguns casos, mesmo com maior complexidade, os colaboradores conseguem adaptar seus métodos e manter, ou até melhorar, a eficiência. Isso abre espaço para repensar cargos de forma estratégica, buscando o melhor dos dois mundos: engajamento e produtividade.

Outro aspecto interessante é que, ao serem colocadas em cargos mais amplos, muitas pessoas tendem a redesenhar seus próprios trabalhos. Algumas preferem repetir partes do processo para criar fluidez e eficiência, enquanto outras se apegam à previsibilidade para garantir segurança e controle. Ou seja, o modo como as pessoas vivem o redesenho também molda os resultados que ele gera. Ignorar esse aspecto pode comprometer todo o potencial do projeto.

Essa visão mais ampla e interdisciplinar do desenho de cargos ajuda a conectar pessoas, processos e resultados. Quando líderes e RHs compreendem que diferentes abordagens (motivacional, mecanicista, ergonômica, perceptivo-motora) têm impactos diferentes sobre o trabalho, as decisões passam a ser mais consistentes e embasadas. O redesenho de cargos deixa de ser uma aposta intuitiva e passa a ser uma decisão técnica, alinhada à cultura e às metas da organização.

 
 
 

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