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Entre Persistir e Recomeçar: O Equilíbrio que Sustenta o Bem-Estar

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Marcela Peterson

Quem já enfrentou uma mudança de planos ou um obstáculo inesperado em sua carreira sabe: persistir é uma virtude valorizada, mas nem sempre é suficiente. Às vezes, mesmo com esforço e determinação, nossos objetivos se tornam inatingíveis — e continuar insistindo pode gerar frustração, desgaste emocional e perda de bem-estar. Mas há outro caminho possível: ajustar os objetivos com flexibilidade, sem abrir mão do sentido pessoal.

Pesquisas sobre autorregulação e adaptação ao longo da vida mostram que o equilíbrio entre dois processos — a persistência tenaz em metas significativas e a flexibilidade para reajustar essas metas diante de perdas ou mudanças — é essencial para a saúde psicológica. Antes de uma mudança, muitas pessoas experimentam tensão interna ao ver seus esforços não gerarem os resultados esperados. Quando conseguem reavaliar suas metas e redirecionar sua energia, surge uma sensação de alívio, de “nova rota”. Mas essa transição também exige tempo, amadurecimento emocional e apoio do contexto.

Esse ciclo de persistência e adaptação é crucial para líderes, RHs e gestores que lidam com pessoas em momentos de mudança. Um colaborador que insiste em uma meta irrealista pode estar demonstrando resiliência, mas também pode estar entrando em esgotamento. Por outro lado, quem flexibiliza seus planos não está desistindo — está se adaptando. Reconhecer esse processo evita interpretações simplistas sobre engajamento ou motivação.

Olhar para os dados de desempenho e bem-estar com essa lente permite uma gestão mais humana e estratégica. A pergunta não é apenas “por que essa pessoa mudou de rumo?”, mas “como ela está equilibrando persistência e adaptação diante das circunstâncias?”. Com esse entendimento, é possível implementar estratégias como apoio em transições de carreira internas, programas de desenvolvimento que valorizam a plasticidade emocional e políticas que acolham momentos de redefinição profissional.

Organizações que compreendem o valor da autorregulação adaptativa promovem ambientes mais saudáveis e duradouros. Em vez de esperar uma linha reta de progresso e metas estáticas, elas reconhecem que a trajetória de cada pessoa é feita de ajustes, ressignificações e novas escolhas — e que isso, longe de ser um problema, é sinal de maturidade, saúde e capacidade de seguir em frente com sentido.

 
 
 

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