Aplicando a Teoria de Ajuste Cognitivo ao Treinamento Intercultural para Equipes Virtuais Globais

Julia Brandl

Anne-Katrin Neyer 

Palavras-chave: Ajuste Cognitivo, Treinamento Intercultural, Equipes Virtuais Globais, Ansiedade, Incerteza

O Estudo: O artigo discute como o treinamento intercultural pode favorecer o ajuste cognitivo entre membros de equipes virtuais globais. As autoras argumentam que, diante da diversidade cultural e da comunicação mediada por tecnologia, essas equipes enfrentam altos níveis de ansiedade e incerteza, o que dificulta a construção de confiança e a eficácia comunicacional. O estudo utiliza a teoria de gestão de ansiedade e incerteza (AUM) e o conceito de ajuste cognitivo para apresentar um modelo teórico que explica como indivíduos desenvolvem capacidade de compreender outras perspectivas culturais e atuar de forma eficaz em contextos desconhecidos.

Principais Resultados: O trabalho sustenta que o tipo de treinamento intercultural recebido influencia significativamente a capacidade de ajuste cognitivo. Treinamentos baseados em orientação cultural — focados em informações sobre culturas específicas — têm efeito limitado e podem reforçar estereótipos, dificultando a adaptação. Em contraste, treinamentos de conscientização cultural, que estimulam flexibilidade, abertura a novas perspectivas e desenvolvimento de habilidades para lidar com o desconhecido, promovem melhor ajuste cognitivo e reduzem ansiedade e incerteza. Essas abordagens facilitam a comunicação em equipes virtuais, ampliam a construção de confiança e promovem melhor desempenho coletivo.

Implicações Práticas: Organizações que utilizam equipes virtuais globais devem priorizar treinamentos centrados na conscientização cultural, estimulando reflexão, abertura e capacidade de lidar com situações novas. Recomenda-se também que programas combinados incluam desenvolvimento de competências relacionadas ao uso de tecnologias de comunicação e ao trabalho multicultural. Ao fortalecer o ajuste cognitivo, tais iniciativas contribuem para relações mais eficazes, maior confiança e desempenho aprimorado em ambientes digitais culturalmente diversos.

Referência: Brandl, J., & Neyer, A.-K. (2009). Applying cognitive adjustment theory to cross-cultural training for global virtual teams. Human Resource Management, 48(3), 341–353. https://doi.org/10.1002/hrm.20284

Brandl 2009.pdf

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